Correr no verão carioca não é tarefa fácil. Então, quando o sábado anterior à corrida amanheceu chuvoso, fiquei feliz e cheia de esperança de que o dia seguinte também seria assim.
Mas não foi. O dia até amanheceu nublado, mas, putz, abafado. No meio da prova, lá veio ele: o sol.
Eu não havia dormido muito bem na noite anterior, já estava me sentindo cansada e decidi, nos postos de hidratação, pegar dois copinhos de água. Dava uns pequenos goles e o resto ia direto para a cabeça, na tentativa de me refrescar um pouco.
Eu só não imaginei que boa parte da água iria parar direto no meu tênis.
Água e tênis, pelo menos durante a corrida, não combinam.
Ele ficou pesado. E eu fiquei com medo das temíveis bolhas. Já me imaginei sem poder correr durante a semana seguinte e ter que ir trabalhar de havaianas. hahaha
Bora pra frente, Renata. Esquece isso. Agora já foi.
Aí eu lembrei do carro. Cheguei ao local do evento por voltas das sete e dez. Mas o lugar que costumo estacionar estava lotado. Esqueci que o Circuito das Estações sempre reúne muuuuuuuuuuita gente. Aí eu vejo uma galera entrando numa rua bem pequena e muitos flanelinhas, garantindo que poderíamos estacionar lá, prendendo outros carros, porque eles ficariam ali até o final.
Sei que não devia, mas eu deixei o carro lá. Com medo, mas deixei.
E aí, no meio da corrida, quando me desliguei das possíveis bolhas, cheguei a visualizar o reboque levando meu carro.
Desliga Renata. Agora já foi.
Cabeça da gente é um negócio engraçado mesmo. Pode trabalhar muito a favor, mas, quando resolve trabalhar contra, é um problema. Por isso que eu acho que a corrida é um ótimo momento para você se desligar de tudo e não pensar em nada. Uma verdadeira meditação em movimento. Nem sempre é possível, como não foi dessa vez. Mas eu vou tentar fazer isso na próxima. Vai se tornar um exercício e, uma hora, espero que seja natural.
(por sorte, não apareceu bolha nenhuma)
(quando cheguei para buscar o carro, não havia mais nenhum flanelinha lá. ingênua eu de pensar que estariam lá quando receberam dez dilmas antecipadas, né?)
(segui o conselho do
André e encarei a prova como um treino, já que vou correr o circuito athenas agora no dia 24 e não queria forçar a busca um novo recorde pessoal, considerando que estou voltando de lesão e ainda tenho medo dela. confesso que, no meio da corrida, tentei forçar um pouco. porque o namorado conseguiu ir me ver, papai e mamãe estavam lá e eu queria fazer um tempo bacana para eles ficarem (mais) orgulhosos de mim. mas fiz o percurso em uma hora e três. Mas, do jeito que me senti sem fôlego e cansada, acho que não conseguiria mesmo baixar o tempo que fiz em janeiro, no circuito do sol.)